Ao começar a escrever este primeiro post para meu novo blog sobre sustentabilidade, fui atraído a refletir sobre os 20 últimos anos de minha vida dedicados ao desenvolvimento sustentável. Primeiro como uma paixão e proteção pela natureza, depois como um forte envolvimento para as comunidades pobres em todo o mundo, criando valor de todas as formas possíveis, como um verdadeiro propósito.

Desde manifestações com TOCs que me levam a reciclar tudo o que posso em minha casa, ou simplesmente onde eu estou, tendo muita dificuldade para jogar coisas fora, me inspiro a criar maneiras de reutilizar, reparar, transformar, sejam alimentos, produtos…

Não desperdiçando nada para não desperdiçar a vida como diria Zygmunt Bauman.

Inclusive me levou à Índia onde depois do darshan mais incrível da minha vida com Amma investi 7 anos em um doutorado iniciado em Tamil Nadu que me levou de volta a Paris no Institut des Mines e Université Paris Saclay para agora poder encher meu peito quando as pessoas me chamam de Doutor Guidi.

Depois de algumas décadas de aventuras corporativas de alto nível na Siemens, no sul da França, bem como no sul da Alemanha, um cargo de diretor de um departamento de produtividade em uma consultoria parisiense, setor bancário em Londres, fui forçado a renunciar devido a cronicidade do SAD (Seasonal Affective Disorder), entre outros sintomas emergentes do clima e do estilo de vida em Londres!

Sustentar-me tornou-se, portanto, uma questão de saúde, de sobrevivência. Encontrar novas maneiras de lidar com a vida, trabalho, relacionamentos com os outros, como também o clima não era mais uma opção, e sim um imperativo.

Uma chamada espiritual que me levou ao meu primeiro darshan (abraço) com Amma no final de 2009, e o início de uma vida de serviço e voluntarismo. Da Economia Linear e suas muitas faces de desperdício à Economia Circular e as descobertas de suas imensas possibilidades, que se tornaram o foco de minha tese de doutorado:

“Explorando a criação de valores através da gestão de resíduos em comunidades pobres como alternativa à externalização dos resíduos : exemplos de pesquisa participativa mostrando o aprendizado colaborativo na Índia, Bolívia e Brasil.”  http://www.theses.fr/2019SACLE022

Aquele darshan incrível da Mae Divina que conectou os pontos: “Jnananand, waste, PhD” que significa, meu filho, voltar à Universidade, aprender novos tópicos, pesquisar novas maneiras de lidar com nosso mundo, posicionar-se de forma diferente, aprender o que é o conhecimento do coração e inspirar outros a fazê-lo.

Nesse intervalo de 7 anos, eu implementei projetos em 3 continentes, principalmente na Índia, Bolívia e Brasil.

Aqui está um resumo da minha pesquisa de doutorado: https://www.youtube.com/watch?v=1lfAiQgt0TA&feature=youtu.be

Desenvolvi um modelo de empoderamento comunitário, criando valores para comunidades muito pobres.

Um PhD espiritual como forma de abraçar um novo propósito, curvar-se diante do amor divino, Mãe divina, que salvou minha vida alguns anos antes ao chegar à Índia com uma etapa pré-cancerígena!

É isso que vou desenvolver neste blog e ao longo de minhas sessões de Treinamento Executivo e Consultoria sobre sustentabilidade: como mudei minha vida de banqueiro para professor universitário trabalhando na maior parte do tempo como voluntário.

Com um forte propósito: servir, ajudar comunidades pobres a criar valores, começando com projetos de saneamento, reconhecendo os valores no “BoP Fundo da Pirâmide” e replicando tais projetos.

Os valores centrais que aprendi com as incríveis comunidades com as quais fui abençoado por trabalhar ao longo desses últimos 12 anos podem ser resumidos em: respeito, dignidade e contribuição.

Bernard Stiegler faleceu no ano passado quase anonimamente, deixando-nos com “sua contribuição” a economia da contribuição, que eu realmente acredito que pode ser a mudança de paradigma que estamos esperando para fazer deste mundo um lugar sustentável, juntos!